Estamos de volta!

Caríssimos, após um ano tentando a vida em São Paulo, estamos de volta à província.

O período foi extremamente valioso, com estágios importantes em nossa área.

Apesar de não haver mais a obrigatoriedade do diploma para se exercer o jornalismo, para se trabalhar na área ainda há a necessidade de se ter conhecimentos técnicos e de ser leal aos preceitos éticos.

Por isso, estamos retomando este blog a partir de hoje.

Acompanhe-nos quem tiver saco para tanto!

Alguém tem um tradutor?

Do blog do jornalista (???) Ruy Barroso:

"Tudo passou muito rápido, desde o chamado para integrarmos uma equipe de profissionais responsáveis em fazer um produto de informação diferente, dinâmico e com conteúdo, até particularmente, o fato de termos que nos acostumar a fazer o novo, sim o novo, porque quando do nosso início, há vinte cinco anos, ainda não contávamos nem mesmo com a internet, que dirá pensávamos que um dia estaríamos transmitindo diariamente aos nossos leitores, notícias, conteúdo e informações, dentro deste dinamismo e rapidez de informação."

524 caracteres sem tirar de dentro, com um vocabulário irretocável, um estilo inconfundível e um especial zelo quanto à gramática.

Agora, falando sério... alguém aí pode me emprestar um tradutor de coluna-social-mal-escrita para o português?

Blogueiros-clones

Coincidência ou incompetência? Os três "blogueiros" abaixo, dois da área política e um "blogueiro social", publicaram as mesmas fotos divulgadas pela assessoria de imprensa da dona Gleisi Hoffmann:

Perguntar não ofende: os três blogueiros são muito fracos ou a assessoria de imprensa da dona Gleisi que é muito eficiente?

Fica a dica ao TRE, que é sempre tão severo com o noticiário de rádios, TVs e jornais, que fique mais atento aos blogs, onde a propaganda explícita de candidatos, travestida de notícia, vai rolar solta.

(Detalhe: apenas um deles cita o crédito do fotógrafo).

Colunismo barato

Não temos nada contra colunas sociais, desde que bem feitas, bem apuradas e com um bom texto. Falar de pessoas realmente interessantes também é fundamental.

Daí, perguntamos: existe coisa mais inútil do que a coluna de Jader da Rocha no Jornal do Estado? Um festival de releases e fotos de divulgação, sem uma apuração sequer. Podem chamar de tudo, menos de jornalismo.

Deguste uma das notas de ontem (terça): "(...) A casa promoveu uma noite junina para ninguém botar defeito, com direito a decoração típica, pipoca e open bar de quentão até as 22 horas".

Open bar de quentão! Que primor! Ara, sô!

Pior ainda são os casos incestuosos de colunistas que são donos de assessorias de imprensa, como é o caso de Ruy Barroso, do site Jornale. Não bastasse o conflito de interesses, Barroso escreve com o estilo e a categoria de um semi-analfabeto: nesta nota, por exemplo, o "colunista social" critica uma socialite por levar a filha, ainda criança, ao cabeleireiro para "fazer um par de transas"... É de sentar e chorar...

Outra "colunista social" dona de uma assessoria de imprensa é a Nadyesda Almeida, da Gazeta do Povo. Filha de Dino Almeida, já falecido, o mais conhecido de todos os colunistas sociais do estado. E que também era famoso na praça pela "mordeção". Uma tradição que se mantém até hoje entre os colunistas do pedaço.

* * *

Aliás, já que estamos falando no ótimo exemplo jornalístico que nossos colunistas sociais dão aos jovens periodistas que estão saindo das faculdades, olhem só que coincidência:

Nadyesda, na Gazeta:

"Iluminação
Soraya Ribas, da Ideally Iluminação, recebe arquitetos e decoradores em sua loja nesta quarta-feira, às 19 horas. Ela vai premiar o vencedor da campanha Viagem a Buenos Aires, vai lançar a nova campanha promocional e apresenta seu mais novo serviço, o Projeto Luminotécnico Personalizado."

Jáder da Rocha, em seu blog:

"Comemoração em casa
A empresária Soraya Ribas da Ideally Iluminação receberá amanhã, 2, profissionais de interiores em sua loja. O jantar de confraternização encerra as atividades promocionais do primeiro semestre deste ano com a premiação da campanha “Viagem a Buenos Aires”. Os arquitetos parceiros irão concorrer a uma viagem com acompanhante para a capital portenha. Na ocasião, Soraya irá lançar a campanha de fidelização da Ideally para o segundo semestre além de apresentar o mais novo serviço que a loja passa a oferecer: Projeto Luminotécnico Personalizado."

Brilhantes, esses nossos colunistas sociais!

Bola fora ou admissão de culpa?

Em sua coluna desta quarta-feira na Tribuna do Paraná, o jornalista Vinícius Coelho publica a seguinte nota:

"Estratégia
Na semana que antecedeu o Atletiba, uma notícia plantada nos jornais dava como certa a ida do Carlinhos Paraíba para a Arábia. É evidente que quem tem, tem medo. Continuar suportando aqueles arremates do Paraíba não é fácil. Mas ali era a estratégia, embora reprovável, do adversário."

Sendo que foi a própria Tribuna o primeiro jornal a ter publicado tal notícia, em matéria assinada pelo repórter Rodrigo Sell no dia 26 de junho, fica a dúvida sobre o que, exatamente, Vinícius Coelho quis dizer com a nota:

( ) Admitiu que a Tribuna do Paraná é um jornal que se presta a publicar notícias inverídicas;
( ) Confessou que a Tribuna é divulgadora de boatos a mando deste ou daquele clube ou dirigente;
( ) Insinuou que o colega de profissão Rodrigo Sell é usado como instrumento de dirigentes de clubes para publicar notícias falsas no jornal;
( ) Todas as alternativas acima.

Parece-nos que, na verdade, o superado colunista nem se deu conta da mancada, e simplesmente escreveu sem pensar que estava acusando o próprio jornal onde trabalha e ofendendo um colega de profissão.

De olho na imprensa

Este blog está iniciando hoje seus trabalhos, com o objetivo de trazer um olhar crítico sobre o trabalho realizado pela imprensa paranaense e de mostrar se seus profissionais estão realmente cumprindo com os objetivos de um jornalismo sério, analítico, investigativo e, principalmente, construtivo.

Somos um grupo de jornalistas atualmente desempregados, mas queremos desde já deixar claro que este blog não foi concebido por despeito; mas sim com o objetivo dar uma contribuição, ainda que pequena, para o aperfeiçoamento do jornalismo tão pobre que é realizado atualmente no estado do Paraná.